mundo
25.2.12
faltava-lhe o amor, por mais soberana que pudesse reinar. sem o amor não há noites de lua e sorriso. tampouco aquele marasmo criativo. sem o amor tinha tudo e nada ao mesmo tempo. foi quando conheceu o homem. corpulento, viril, agressivo. foi atropelada pela vida. paixão arrebatadora. falta chão, sobram pés. asas de borboleta no estômago. não pode suportar tanto amor que explodiu. virou barriga, sopro filho. e assim, inesperadamente, descobriu o que era viver.
desenrolar é palavra que não existe. rolo, novelo, engodo. o passado me assusta mais do que me anima. passado presente é coisa que não deveria existir. igual a caco de vidro cristalizado. porque quando nos beijamos tudo virou escuridão sombria. brasa que a chuva apagou. corpo delineado de orvalho. só a dor que esmaga a carne é que não acabou.