o sangue ferve. a alma que não é pura nem nada, contorce. é esse seu olhar que faz tudo isso. o joelho encostando no meu. o mundo no simples toque dos joelhos. era nada pra quem visse. era mais que um tanto assim pra nós. era o sinal do desabandono. meu consolo e canto. o ligeiro toque do seu joelho contra o meu. o coração palpitando. as mãos suando. só com muita pinga mesmo pra conseguir manter a ordem (ou desordem) interna. e o papo flui com toda desenvoltura da cachaça. sem nexos e um tanto deslexo. já não há mais assunto pra essa falta de beijo. boca com boca nos olhares. casualmente, caí a mão na perna. um arrepio frenético na espinha. é o seu corpo encontrando espaço na ausência do meu. com caça níquel e tudo, foi um beijo quente, ardente. cola com cola, não descola. aperta e não larga mais. infinitos de nós mesmos.
10.1.07
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