2.2.07

a pessoa é para o que nasce

dois dias de cama e muitas conclusões. a dor muito forte ampliou os sentidos. tudo passou a ficar mais claro. talvez limpo até demais. rematutei cada acontecimento. agora eu tenho certeza. sim, é tudo e muito mais de muito. acho que foi a cefalexina que me fez ter certeza. inacreditavelmente ressurge aquela luz tão esquecida. ressurge mais ou menos na mesma época que deu-se o apagão. e que foi na mesma época que deu-se a erupção. tudo com um ano de intervalo no meio. com isso somam-se três anos e nenhuma profecia. em um espasmo de segundo vem tudo a tona e fica girambolando pela cabeça. por isso eu lembrei dos nossos carnavais. o confete da minha serpentina. aquela marchinha. nossa conversa maluca no telefone pra tentar turbinar alguma coisa. turbinou a alma e o pensamento. naquela sexta feira de carnaval que não tinha nenhuma segunda intenção. foi tudo social. falei da piscina. contei histórias - meu ponto forte. e o erro foi experimentar a história e ver desfiles do sambódromo. eu gritava que esse ano ia abalar o anhembi. você ria da minha falta de ginga. e não sei em que momento perdemos a consciência do que estávamos fazendo. mas perdemos e foi cruel. e foi fantástico. e foi todo o sambódromo dentro do quarto. e tive que fugir de você, sem querer partir. só mais uma antes de ir embora. o carnaval perdoa tudo, lava a cara.

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