finalmente sua respiração não me diz mais nada. se cheira ou fede não me diz mais respeito. saiu assim, despretensionamente, como entrou. numa noite sem lua que eu percebi sua insignificância. do luxo ao lixo em alguns meses. foi necessária uma imensa desfragmentação. foi a custo de muito suor e muito choro. dancei sozinha, comi entulho, vaguei por ruas inabitadas. tudo pelo mal que me causaste. quase desisti da festa. tomei vários litros de cachaça. dormi ao relento e fiquei desabrigada de mim. mas agora é tudo água corrida. as palavras não me cortam mais. sua ausência não me tritura. consolo é saber que não cruzaremos mais os caminhos. nem pelo recado que me mandaste, que ainda queria falar comigo. chauvinista e covarde, nem nos meus olhos conseguiu olhar. ficamos ali, cada qual em um canto. como se entre nós existisse um muro imaginário. como se não tivéssemos tido tanta cumplicidade. como se não tivesse me abandonado em uma praia deserta. insuficiência de sentimento e sensibilidade. teoria do caos.
18.2.08
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1 Comment:
uau que foda esse texto!
sabe que descobri que ando com muita coisa engasgada goela abaixo e que eu precisava falar. ainda não sei como!
bjs
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