26.12.06

Eu?

Na amplitude,
conheço-me,
devoro-me,
estranho-me,
não sei nada de mim,
o que sinto e senti,
são sempre coisas novas,
nada é previsível.
Quando acho que não há caminhos
descubro-me infinita.
Plena, redonda, cheia.
No segundo seguinte oca, vazia, amarga.
Estranha vida essa,
convivo a vida inteira
com um ser que me surpreende
em cada reação.
Sempre um fato novo.
Sempre a angústia,
do improvável me dominando.
Sim, sou eu sem ser eu.
Sou eu desconhecida,
tentando infinitamente
ser aquela que me propus ser.

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