fascinante. é assim. ainda hoje vivencio absurdada a natureza de meu corpo. tenho grande embasbacamento com a menstruação. parece coisa sobrenatural. um dia está tudo bem, estou em paz com meu corpo e feliz com meus sentimentos. no outro acordo me sentindo horrível. nenhuma roupa cai bem. as olheiras parecem que dão voltas e mais voltos na minha face. por mais que eu saiba, eu nunca sei. ainda assim, sigo em frente. sensível, instável, vulnerável. um pavio chegando ao seu final. copo transbordando a água. o mínimo acontecimento, o naufrágio. vulcão em erupção. grito, choro, resmungo. desço do salto. surto dos surtos. daí vem a assimilação. vêxame, desculpas e mais desculpas. na sequência, as dores físicas. inchaço, cansaço, dor de cabeça. um dia parece que tudo passou. no meio da rua, viro a cabeça pro lado e sinto-a. não tem erro, eu sempre sei que é o que é. ela sempre chega em horas impróprias. esperada e muito excomungada. chega chegando. como se a todo momento estivesse ali, com toda sua viscosidade densa. toda minha femilidade jorrando em sangue vermelho e quente. minha sexualidade traduzida na sensação de dever cumprido. e assim, num passe de mágica, vai tudo embora. pronta pro recomeço. alívio de dias tranquilos no frenético ciclo dos hormônios.
27.12.06
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1 Comment:
e se "ela" não viesse? acho q o descontrole seria ainda maior, hein? ou não?
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