26.12.06

tentei confirnar-te em minha alma.
juro que tentei.
escondi-o no canto mais escuro.
fingi não pensar...
no entanto, mal que corta a carne.
está encruado em mim.
tão em mim que não sai.
nem com água e muita cândida.
lavei a minha foligem.
expulsei-o de meu entorno.
mas não sai de minha pele.
esse seu cheiro de lavanda.
as sua carne forte.
prazer insaciável de minhas lembranças.
torce, contorce, remove.
lava a cara, lavra cara.
imagino-te de mil maneiras,
sozinho, acompanhado,
aprumado, mal amado.
habito os seres da sua cabeça.
crio histórias, alucino.
dengo cheiro,
te quero tanto!
o seu corpo apertando o meu,
longa madrugada,
trepada forte,
sinto-te em minhas pernas...
orgasmo tântrico
as costeletas e o lenço encharcado.
confino-te em mais outro canto negro.
tornaste-me toda negra...
obtusa, pálida.
há mais negro em meu peito,
que toda noite sem estrela.
voa asa contra o vento,
remove o barco da maré contínua.
assim vou vivendo a vida.
mudando-te de posição em mim.
procurando um canto
que esteja o antídoto
desse meu amor contido.

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