25.2.12

mundo

é como se fosse
um poço sem fundo

quanto mais mergulho
mais descubro
que não há fim
para tanta loucura

mundo sem fundo
calma 
o próprio homem se mata
e de nós não sobrará
nada
só o poço
mundo profundo

faltava-lhe o amor, por mais soberana que pudesse reinar. sem o amor não há noites de lua e sorriso. tampouco aquele marasmo criativo. sem o amor tinha tudo e nada ao mesmo tempo. foi quando conheceu o homem. corpulento, viril, agressivo. foi atropelada pela vida. paixão arrebatadora. falta chão, sobram pés. asas de borboleta no estômago. não pode suportar tanto amor que explodiu. virou barriga, sopro filho. e assim, inesperadamente, descobriu o que era viver.

desenrolar é palavra que não existe. rolo, novelo, engodo. o passado me assusta mais do que me anima. passado presente é coisa que não deveria existir. igual a caco de vidro cristalizado. porque quando nos beijamos tudo virou escuridão sombria. brasa que a chuva apagou. corpo delineado de orvalho. só a dor que esmaga a carne é que não acabou.

6.2.12

brasa fogo corpo. corre entre os não espaços desse jogo de pernas. ave vôo solo. asa partida e costurada por tu, meu querido. homem pássaro. homem fogo. no seus olhos vejo minha vida pulsando. nossa vida. nosso amor. nosso mundo. galhos, folhas, acasos. vida pulsando. vida gritando. apenas vida.

22.11.11

e o joão cresce. tenho cada vez menos tempo. continuo a escrever, porém em outros lugares, com outras canetas... a maior prova do que é ter um filho é ver esse blog, que eu sempre amei, meio assim, abandonado.

mas mães frutificam, e até mudam seu mundo virtual.

visitem
http://maesemqualquerlugar.blogspot.com/

30.6.10

nada mais está em seu lugar. em cada passagem, a casa vira de ponta cabeça. as vezes me sinto uma barata tonta, tentando arrumar o impossível. a verdade é bem simples, nada mais é como antes. depois que eu vi aqueles olhos azuis pela primeira vez, tudo mudou com tanta perfeição que nem fez falta a antiga desordem organizada. porque eu amo só de amor. não há limites para a intensidade desse amor. visceral. intrínseco. nada mais deve ser como antes porque só agora a vida começou a fazer sentido. melhor que ver o mundo é poder ver seus olhos descobrindo o mundo. sua marotagem cotidiana. acompanhar os passos desse desenrolar. esse maravilhoso descobrimento de ser mãe.

4.5.10

de como eu descobri que sabia cortar cabelo

aparência do filho é coisa que me perturba desde que o cabelo dele começou a crescer. olhava para aquela cabeleira e não visualizava nenhum corte que combinasse com o jeito espuleta do joão. e o cabelo crescendo... o franjão no olho e eu sem saber o que fazer com aquelas madeixas loiras. de tanto que falaram que o cabelo estava atrapalhando a visão eu peguei uma tesoura e dei uma tosada na franja. quase indolor, ficou irregular e moderninha. orgulhosa, achei que o problema havia resolvido, mas que nada, cabelo é capim e continuou a crescer. resolvi tosar a franja novamente e o pior aconteceu, ficou parecendo uma menina cm o cabelo desgrenhado, afinal, já tava quase channel. titubiei e deixei por uns dias cabelo daquele jeito, efinal, cabelo grandão era identificação do joão. cansei de ter que contar que ele era menino e não menina como todos achavam. pedi pro dani segurálo e lá se foi a tesoura novamente. cortando mechas e mechas do mais puro loiro. e pra meu espanto ficou ótimo, moderninho, com cara de molequinho, muito mais leve. pedi pra cortar o do dani também, mas ele já achou demais...

18.5.09

cheia, plena, soberana. completa. arestas perfeitas. contorno e entorno de mim. sou eu assim olhando o mundo que já não é mais meu. o meu mundo é seu. meço as coisas pelo seus olhos. acordo quando tu acordas. dormu quando me permite dormir. seu cheiro é só o que preciso pro dia ser inteiro. extensão de mim, com vontade própria. amasso, aperto, mordo. tão pequeno e tão grande ao mesmo tempo. amor, amor.

9.5.09

olha aí, é o meu guri, e ele chega...



inexplicável sensação essa de ser mãe. não há palavras que descrevam o sentimento. sem dúvida é o maior amor do mundo, incondicional. amo simplesmente porque ele existe e não amo mais porque é impossível. meio metro de gente e já parou a casa, a minha vida.
joão, viver dói, mas é maravilhoso! lembre-se sempre, você não está e nem nunca esteve sozinho. estou aqui.
bem vindo ao mundo, filho.