30.9.07

Prece familiar

Eu-Você-Menina Flor
Amigas, amantes, cúmplices.
Por todo o sempre!
Amém.

* Oração feita pela minha irmã

fractal

irrita tanto. minha altivez e maneirismo. esse maldito tique nervoso. boca de sapo, boca de coelho. aqui, escandalizada, me corroendo. como se não fizesse metade de nada. que foi simples, fácil e puramente banal. superficialidade nos entornos. contornos de um corpo marcado de vida. borbulha, inflama, chama. cada cicatriz que eu não vejo. irrita. essa minha morte mal morrida. imperceptibilidade e cegueira. complascência. passando por cima de qualquer sentimento. aniquilando em mim o que há de mim. incomoda a minha leseira. essa cara de tacho mal amarrada. estupidez e demência. mordo o lábio, aperto os dedos. pra ver se fica um pouco mais fácil. irrita muito. você e sua pasmaceira. olhar desviado e riso de nabo. fingindo ser o que já não é. só pra ver a minha cara de otária. não desce, nem com shot, nem com golada. fica ali. enlatado, incruado, dissimulado. um passo e um arremesso. as chuvas da tempestade. e por isso eu me amaldiçou. corto a carne. estampo a boca. passo o pano em tudo que aparece. bebo os litros da dispensa. até uma tal coisinha que me deixa de pernas pro ar. perco a festa. estrago o vestido. isso me tira do sério. ainda mais porque permaneço intacta. como se tudo fosse nada. como se não houvesse limites. mas há, sempre é limítrofe. como meu amor.

29.9.07

é tudo tão novo. tão cheio de luz. abro a varanda e vejo o mar. pra mineira isso é uma utopia. ilusão distante nas férias. o rio sempre foi uma paixão platônica. vislumbrava de longe, com olhos de encantamento. copacabana, eterna princesinha. arpoador e pôr do sol. pé na areia de ipanema e rastapé na lapa. andarilhagem por santa teresa. agora eu amanheço todo dia aqui. aprendendo os caminhos. na verdade é bem fácil, tem o morro e tem o mar. lagoa-rio e tô em casa. sempre tem uma blitz no caminho. mangueira no sábado. soninho na praia no domingo. um mapa bem grande pregado na parede do quarto. até ouvir cartola aqui é mais gostoso. e eu? vou por aí a procurar...

era assim, mais uma aventura qualquer. tinham algumas dificuldades, quase. rodopiava na chuva e lambia foligens. desinteressadamente fui me interessando. mas sempre como coisa trivial. praticamente bife com batatas fritas. emancipando em mim um amor que eu nem sei quando nasceu. ou como foi ou coisa alguma. agora eu navego o vento. balanço no tempo. só porque é isso e só e nada. folhas e tempestade. alumiações. bem vertentes, meio viagem. um tanto de um tudo que começou e eu nao sei parar. causando espamos e limiares. é assim, você pra mim.

26.9.07



óh, eu moro bem em frente a essa praça aí... bem em frente mesmo, tenho a vista da praia e da pedra do pontal. ah, um dia eu ainda vou subir essa pedra. vou sim...

25.9.07

confesso que trabalhar na globo nunca foi um sonho meu... nem durante a faculdade e nem depois. até tinha um certo desdém e um orgulho de viver na obscuridade, lutando pra fazer curta metragem. fazendo tv na raça. pulando por produtoras. virando 24 horas pra fazer clipe sem dinheiro. mas agora eu confesso que me rendi ao sistema globo de produção. sem dúvida é o melhor lugar pra se fazer entretenimento. a infra estrutura é um arraso. o projac é um lugar muito lindo e super bem aproveitado. as coisas funcionam. e acreditem ou não, foi aqui que tive o meu reconhecimento profissional. fora a oportunidade maravilhosa de escrever roteiros. eu tenho que admitir, tiro o chapéu para a central globo de produção.

24.9.07

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

meus sapatos sumiram!!!!!
cadê a imagem que tinha ali???

óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóh!

sem imagem e sem tempo de achar outra, trocar e blá, blá blá...

chuinf! alguém pode me ajudar?
preciso de uma imagenzinha pra colocar lá onde ficavam os sapatos...

21.9.07

começar
recomeçar
ouvir
falar

seu lugar permanece intacto

18.9.07

a revolução já começou...

tá tudo assim, tão perfeito que até dá um certo medo.

a minha casa é linda, com uma vista maravilhosa do mar. a varanda dá de frente pra praia do pontal. aliás, é bem na frente da pedra do pontal.
todo dia dou uma pedalada na ciclovia.
trabalho com uma vista maravilhosa, praticamente dentro da floresta.

o pessoal é bem legal e estão me dando um super incentivo.

fui super bem recebida.

meu primeiro dia carioca teve direito a um pôr-do-sol maravilhoso numa prainha de niterói, que fica bem na frente do rio de janeiro, com direito a sol se pondo atrás do Rio e todo o skyline maravilhoso...

enfim, eu estou super feliz!

novos ares, nova fase, mais saúde!

estou voltando pro boxe, começando futebol e comendo super sáudável... essa é a vida carioca! e me faz super bem.

12.9.07



mudança

ato ou efeito de mudar(-se); muda, mudamento

separar tudo. decidir o que deve ir comigo, o que deve ir pra minha mãe, o que deve ir pro lixo. separar os cds. não vou levar os livros. vou deixar com alguém. só os que estou lendo. não vou levar dvds, só os de trabalhos. nas roupas eu não quero nem encostar o dedo. trabalho só em pensar em separar, separar, separar. os sapatos então, ficar com menos da metade. desapego. achei que ia ser mais fácil. cada despedida eu vou me atulhando inteira. partes e pedaços. lugares, pessoas, coisas, sentidos, loucuras. mudar endereço de tudo. cancelar pelo menos um telefone. plano de saúde? xi, esse ainda não sei o que fazer... começam a crescer pilhas de coisinhas que vou decidindo levar. despachar acho que vai ser um bom esquema. é, realmente não dá pra desapegar de tantas coisas assim.

9.9.07

há que se sentir,
há que se permitir,
há que se descobrir,
há vida, sempre!

eu bem queria entender a pernas que a vida me dá (ou passa de vez em quando). foi preciso um chute no estômago e um pé na bunda com requintes de crueldade pra que eu permitisse me apaixonar por alguém acessível. foi preciso muito tempo e conquista de intimidade pra que eu descobrisse que você era um número certo pra mim. e nem tive tempo de te falar isso. talvez você tenha percebido porque quando chegou eu abri meu melhor sorriso, aquele mesmo que você diz que é minha maior característica. foi preciso que você fosse sozinho numa festa que não conhecia ninguém pra eu te dar esse sorriso e fugir largando todo mundo. tentei o café da manhã inteiro te falar tudo que estou sentindo, mas não consegui. na saída do carro, na porta de casa, só pude te dizer que quero muito que você vá pro rio e ainda pude ouví-lo responder, enquanto fechava a porta, que a mudança não era motivo pra não me querer mais. não consegui virar pra trás, nem nada. fiquei pensando nas palavras que queria ter te falado... eu realmente odeio despedidas.

São, São Paulo


São, São Paulo meu amor
São, São Paulo quanta dor
São oito milhões de habitantes
De todo canto em ação
Que se agridem cortesmente
Morrendo a todo vapor
E amando com todo ódio
Se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes
Aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros
Caseados à prestação
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo
Quanta dor
Salvai-nos por caridade
Pecadoras invadiram
Todo centro da cidade
Armadas de rouge e batom
Dando vivas ao bom humor
Num atentado contra o pudor
A família protegida
Um palavrão reprimido
Um pregador que condena
Uma bomba por quinzena
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo
Quanta dor
Santo Antonio foi demitido
Dos Ministros de cupido
Armados da eletrônica
Casam pela TV
Crescem flores de concreto
Céu aberto ninguém vê
Em Brasília é veraneio
No Rio é banho de mar
O país todo de férias
E aqui é só trabalhar
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo

* Tom Zé

** meu coração está ficando cada dia mais apertado. saudade da cidade. mais saudade ainda das pessoas que aprendi a amar na cidade. estranho como as coisas acontecem com uma velocidade surpreendente. se eu soubesse que seria assim tão rápido não teria adiado a visita da celina. nem teria deixado pra depois a ida no bar de jazz contigo. teria ido andar de bike no villa lobos no dia que me convidou... e tantas coisas que ficaram pra outra hora e que agora não dá mais tempo. ai, eu quero ir, mas quero levar todo mundo no bolso comigo. sensação tão confusa essa...

*** vou sentir falta dessa vista da janela do meu quarto. sentirei muita falta da marida que compartilhou tantas coisas nessa mesma vista. ai, ai caramba!

7.9.07

conflito de sentimentos. incrível como tudo tem que ter dois lados. agora que estava me apaixonando... sim, eu assumo, estou me apaixonando por você. ainda mais depois dos nossos dois últimos encontros. foram incríveis, os dois. ontem não esperava mais que aparecesse. isso até ficou na cara, afinal, eu nem soube direito como agir quando você chegou. quis fazer tudo junto... mostrar a vista, dar bebida, encher de beijos, contar tudo. atropelando as palavras e os sentimentos. a festa acabou. tava tudo com um gosto diferente. meio virado de ponta cabeça. sua boca tinha gosto de malícia e despedida. só mais um pouco e fugimos da festa. a noite foi longa e cheia de dengo retengo mania de você. tão descolado e cheio de vontades. carinhos e segredos no meio do sono. abraço apertado. foi tudo tão nosso que a nudez complementava. a elza e sua calcinha. cartola pra entrar no clima. você, menino jazz, colocando samba pra mim. nossa dança continuada. ah, não quero te deixar... impregnei a saliva com sua pele-cheiro. luz da lua, luz do sol. arde em minhas mucosas com toda desenvoltura. tão sua e tão liberta. asas na imaginação. assim permanecemos, calados, apenas sentindo o que nem é preciso falar.

* sim, eu te quero no rio, assim que for possível, por favor...

6.9.07

a verdade é que estou feliz pra caralho!

são duas da manhã, tive o dia mais aflito, ansioso, excêntrico e louco -acredito que de toda minha vida- hoje... não consigo pensar em nenhum jeito de arrumar tudo. não estou fazendo mala. mas também não consigo dormir.

tem um bichinho chamado ansiedade me comendo inteira por dentro!

5.9.07

garota carioca suingue sangue bom!



esse é o tamanho do meu sorriso hoje. estampado na cara.

há alguns dias escrevi que a revolução começa dentro da gente.

bem, é verdade.

desde que voltei de férias não consigo viver em sampaulo. a cidade me irrita. o barulho me incomoda. não tenho vontade de fazer nada além do que é estritamente necessário na rua. e ultimamente cada dia livre era passado em minas. só estava vindo pra cá pra trabalhar.

pois é, mas como eu comecei a me mexer pra sair daqui, dentro de uns 10 dias estarei mudando pro rio. trabalho temporário, mas eu vou na certeza de não voltar, afinal, como eu disse, a revolução começa dentro da gente!

eu vou menino, eu vou!

em breve teremos dias mais leves e ensolarados por aqui. a única coisa que me parte o peito e deixar de morar pertinho da minha menina flor. ficar sem seus olhinhos muito tempo vai me cortar o coração. mas levá-la pra praia de copacabana vai ser uma alegria imensa.

enfim, aguardo visita dos amigos, sempre.

4.9.07

é incrível, como pode assim? um dia tão pouco e o outro dia tanto.

hoje é o dia que descobri a fé. sim, eu acredito.

vó, obrigada pelo pavio, obrigada pelas palavras, obrigada pela mão quente.

abstinência

limiar de noite
alumiando a cama
silhuentando o vulto
da sua ausência
espalhada pelo quarto
a falta da sua voz
ecoando em cada parte
do meu corpo que treme

você continua sendo o meu maior vício

3.9.07

e agora joão, a festa acabou????

será mesmo, joão????

já era tempo, não é....




A Perfeição

O que me tranqüiliza é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição.

in "A Descoberta do Mundo" Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1999

* Clarice Lispector