29.5.08

mãe preta moderna!



proteção vem até por email hoje em dia...
viva a tecnologia!

16.5.08

é porque eu estou me reestabelecendo. não adianta, faz parte de todo conteúdo e contexto. criador e criatura. meu ventre se contorce. já não sou, apenas. é mais que eu. não sou mais aquela ou a outra. sou tantas que não cabem em mim. cuspo eu. cheiro eu. lambo eu. de mim brotam tantas que parece um devaneio. cada dia uma nova. somos todas, conversamos, nos entendemos. cada uma tem seu momento. o bom disso tudo é que quando faço alguma coisa que me arrependo, digo, ah, não era eu... era ela ou aquela. porque nem eu mesma me compreendo. e pra falar a verdade, tem dias que eu não me suporto. e não suporto nenhuma delas. nesses dias é necessário muita naftalina pra encrustar a ferida. naftalina é bom que impregna. não sai nem com água e sabão. eu gosto de coisas impregnantes. as vezes elas me irritam um pouco, mas eu gosto. odeio que me cobrem. já me cobram de um tudo, precisa me cobrar amor, não. amor eu dou pra quem eu quero, quando quero, como eu quero. é, eu sei, eu sou chata mesmo. mas não pedi pra me suportar. aliás, não pedi pra suportar nenhuma de mim. hoje em dia, basta que eu seja qualquer uma que eu quiser. é só isso. não me perturbe.

4.5.08

email de amiga

Amiga Gê querida me enviou essa frase por email há uns dois anos, disse que quando leu se lembrou na hora de mim. Todo esse tempo depois eu ainda tenho que concordar, essa frase continua sendo minha cara!

"Quando estou a fim de fazer besteira, quase nada pode me segurar."
Dita por Orson Welles, pouco antes de conhecer Rita Rayworth em "A Dama de Shangai".

não adianta o cabelo desgrenhado. também não resolve o sapato desamarrado. ela continua emanando sonhos e possibilidades. assim, só por ser. assim mesmo, só por se ter. como se ela só precisasse mesmo dela. ela se basta. ela se completa. tão só e cheia e plena que atiça os sentidos de quem passa por ela. parece dor ser resolvida. parece que lhe pesa nos ombros os caminhos traçados. argila seca, redemoinho. tão cheia de si que até se sabota um pouco. mesmo sem perceber o auto flagelo. não tenta se mostrar vulnerável. não se permite ser de nervos e ossos. fingi ser de ferro, até que desmorona. mas cai com a classe de cair sozinha, escondida, morimbunda. ninguém a vê chorar. não tolera a compaixão por ela. mesmo com toda sensiblidade que existe dentro dela, quem a conhece acredita que é de pedra. pobre menina, perdida em seus devaneios. já não sabe mais o que é dor a dor que deveras sente.

2.5.08

é por me perder que vou me encontrando. cada passo um atropelo. resfolegante, ultrajada. arrependida e um tanto amargurada. foi o tempo que a música ardia em labaredas. foi o tempo que tudo era igual a tudo. agora, em mim, só vazio e complascência. deixei o rumo. a deriva, inconstante. como se fosse assim e só e coisa. não sendo nada, apenas. existir é uma dor constante.