29.2.08

Ligação mais surreal dos últimos tempos...

Tuuu, Tuuuu, Tuuu
- Alô, quem fala?
- Com quem você gostaria de falar?
- Bem, esse número me ligou várias vezes. Apareceu aqui no meu celular.
- Quando?
- Nos últimos 5 dias, me ligaram umas 10 vezes desse número, meu nome é Camila.
- Ah, Camila, já sei, fui eu quem liguei, você estava fora, né?
- É ainda estou, estou morando um tempo no Rio, quem é?
- É o Marcinho do Teatro Oficina, você me conheceu no "Os Sertões"...
- Eu???? Não, não sou eu.
- É, é sim, você é Camila, de cabelo curtinho, não é?
- Mas eu não vi "Os Sertões".
- Claro que viu, a gente se conheceu no Oficina e você me deu seu telefone...
- Caralho, será que eu fui ver a peça tão louca que eu não lembro? Rapaz, eu queria muito ter visto "Os Sertões", mas realmente, tenho até arrependimento de não ter ido na temporada de São Paulo.
- Mas como você estava lá?
- Olha, vou te dizer mais uma vez, você está me confundindo, não era eu porque eu não vi a peça.
- Eu sou ator da peça.
- E eu não sei quem é você! EU NÃO VI A PEÇA! (já perdendo a paciência).
- E aí, voce continua namorando com os quatro de uma só vez?

Nesse momento meus neurônios se recompõem e eu consigo lembrar da última vez que fui no Oficina, depois de já estar bem louca na festa do Festival de Documentários, segui com um acompanhante e 3 amigos homens pra uma festa no Oficina, que por sinal, era pra comemorar a estréia de "Os Sertões", há praticamente um ano atrás.

- Aaaaaaah, lembrei! Fui numa festa no Oficina há muito tempo atrás, te dei meu telefone porque procurava um ator prum curta.
- ... Hm, e o curta, já fez?
- Já fiz e já tá quase ficando pronto...
- Tá mas e aí, não te liguei pelo curta, te liguei porque te achei muito interessante...
- Ah não, espera aí... Um dia você acorda, pega o celular, vê um nome, assimila com um rosto, quase um ano depois e liga insistentemente?
- Não, eu já te liguei várias outras vezes de outros telefones, mas você nunca atendeu. Depois comecei a ouvir o recado no celular. Achei que você tinha ido pra Europa.
- Caramba, você realmente está falando de mim.
- Sim, e esse encontro foi mais ou menos em março ou abril do ano passado... Mas e ae, você continua namorando com os 4?
- Hahahahahahahaha! Nenhum nunca foi meu namorado.
- Ah, não me engana, você estava super a vontade com eles.
- (Nessa hora já com a memória totalmente reavivada) Olha, eu estava com uma única pessoa, acompanhada, os outros eram amigos. Estava tirando com a sua cara porque você foi realmente grosseiro no jeito de falar comigo. Meus amigos que me conhecem, entraram na onda e ficamos tirando com a sua cara. Mas você lembra de tudo mesmo, então deve lembrar que eu cheguei acompanhada, por uma pessoa que foi conduzida ao palco pra tocar piano, cantar e dançar. Você começou a falar comigo, me disse que era ator, eu disse que procurava um ator... Dei o telefone, você começou a ser indelicado, meus amigos vieram perto, você me agarrou e quase arrancou meu vestido, meu acompanhante apareceu como um raio, me puxou pela mão e fomos embora da festa. Ele ainda olhou na sua cara e disse que a festa estava ficando muito sem graça. Então deve lembrar que fui embora com uma só pessoa, sem nem me despedir das outras. Aliás, eu nem deveria continuar conversando contigo, afinal, eu nem te conheço e isso se estava ou não com 4, é problema meu.
- Claro, isso não me preocupa, só pergunto porque quero te encontrar, quero te conhecer, passei vários dias pensando em você, tanto que estou te ligando ainda hoje, um ano depois, sem você nem ter me dado um beijo. Ser o número 5 da lista não é muito do meu interesse. Há chances de eu te conhecer?
- Eu já te disse que estou morando no Rio.
- Será que eu vou ter que ir aí pra te encontrar?
- Olha, eu tenho que voltar a trabalhar. Vou desligar.
- Se eu quiser ir praí eu posso?
- No que me diz respeito você pode ir pra onde quiser. Se a gente vai se encontrar é outra coisa... Agora vou desligar porque tenho que trabalhar. Falou.
- Vou te ligar outras vezes..
- Tchau.
Tu, tu, tu, tu...

26.2.08

talvez porque era pra ser assim. talvez porque era pra não ser coisa alguma e eu procuro o significado de tudo. significado e suas significantes. signos e caos. imenso desapego que ainda dá pontas de existir. mas não por coisas materiais. pessoas, aromas, lugares. procuro meu livro no que restou dos últimos seis meses. feliz, percebo que ele não sucumbiu. ainda está na estante. talvez seja hora de relê-lo. ou só não havia de perdê-lo. observo tudo na certeza de nada ser meu. poucos dias e tudo estará novamente em caixas, ainda sem destino certo. como um barco sem remo. eu bem que prefiro ser "as caixas". não se preocupam com o caminho. não querem sair do lugar. são carregadas felizes e para onde forem despachadas, se contentam. se alguma desgarra no caminho, nenhum sentimento lhes acometem. não faz diferença se estão cheias ou vazias. tanto faz transportarem perfumes, livros ou calcinhas. enquanto que eu dobro uma a uma, passo fita. escolho o que vai aqui, o que vai lá. embrulho, empacoto. resolvo o caminho. decido a direção. tenho que cuidar de cada uma, sabendo o que carregam por dentro. cuidando do conteúdo e do seu destino. e quando alguma me foge e como se me escapasse um pedaço irrecuperável.


Poxa, só hoje que vi que ganhei esse selo. Tamanha correria, loucura, sandice. Gostei bastante. Só não repassarei porque fora estar correndo louca, como sempre, não sou muito adepta de repassar as coisas. Sei que essa é uma postura chata, mas nem os emails que acho lindo e fofo eu mando, afinal, nem todo mundo tá na mesma alegria e empolgação que a gente.
Mesmo assim, gostei de ter ganhado, Obrigada Si, eu gosto muito do seu blog.
E aliás, todos os blogs aqui linkados são blogs que eu gosto muito, muito!

24.2.08

saiu quase cuspido. como um defeito, praticamente. palavras em breves espaços de acasos. quebrou a fina camada de gelo que já havia petrificado. uma fissura, talvez. longitudinal. dor e estranhamento. ainda borbulha, por mais que eu vislumbre. tão em mim que é mera melancolia. lapso descaso. desilusão.

que tudo seja por mim.
que tudo se vá por mim.
e se assim não for.
que tudo vapor.

*Mário Liz
http://meiomarmeiorio.blogspot.com/

23.2.08

é assim mesmo, desse jeito, tudo junto e descontrolado. inconformado, amassado, rasgado, suado, estampado. cara de vidraça e nariz escorrendo. sem pé e com algumas mordidas. acordar ainda bêbada. lavar a crina e esticar o dia. começar e recomeçar com tanta destreza. resquícios da nossa fissura. querer e te querer, momento do dia. chopp bem gelado com pinga. viver dói e coça.

19.2.08

Hoje é dia de festa,
É dia de jogar flores no mar,
É dia de dar presentes pra Iemanjá...

* Hoje é um dia de muitas comemorações. Incrível como tem gente nessa vida que é só cruzar o olhar que já rola uma cumplicidade e uma intimidade muito grande. Foi assim com o Nani. Hoje eu celebro a vida, a dele pricipalmente, e a minha por consequência. Há vida, sempre!!!!

Foi assim que tudo começou...

Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás




Fidel renunciou...
Será o fim do comunismo em Cuba?
Como será o futuro?

Hoje me deu uma vontade imensa de ligar pra Clara. Quando estive morando em sua casa, há uns seis anos, perguntei o que seria de Cuba sem Fidel, ela somente me respondeu: nós cubanos vivemos sem a idéia do que será nosso futuro. Não questionamos, não esperamos. Quando esse dia chegar nós saberemos o que será de nós. Mas temos muito medo desse momento nessa Ilha, por isso achamos melhor nem comentar... Prefiro viver um dia por vez, como se o futuro não existisse. As vezes acho que é isso, nós cubanos não teremos futuro. Raul Castro não é Fidel, como ninguém nunca mais será o Pelé ou o Ayrton Senna.

18.2.08

finalmente sua respiração não me diz mais nada. se cheira ou fede não me diz mais respeito. saiu assim, despretensionamente, como entrou. numa noite sem lua que eu percebi sua insignificância. do luxo ao lixo em alguns meses. foi necessária uma imensa desfragmentação. foi a custo de muito suor e muito choro. dancei sozinha, comi entulho, vaguei por ruas inabitadas. tudo pelo mal que me causaste. quase desisti da festa. tomei vários litros de cachaça. dormi ao relento e fiquei desabrigada de mim. mas agora é tudo água corrida. as palavras não me cortam mais. sua ausência não me tritura. consolo é saber que não cruzaremos mais os caminhos. nem pelo recado que me mandaste, que ainda queria falar comigo. chauvinista e covarde, nem nos meus olhos conseguiu olhar. ficamos ali, cada qual em um canto. como se entre nós existisse um muro imaginário. como se não tivéssemos tido tanta cumplicidade. como se não tivesse me abandonado em uma praia deserta. insuficiência de sentimento e sensibilidade. teoria do caos.

deixa eu dizer uma coisa?

EU QUERO QUE TODO MUNDO VÁ TOMAR NO CU!

E QUEM GOSTA DISSO, QUE VÁ CHUPAR XOXOTA!

NÃO ME ENCHE O SACO QUE EU TÔ SEM PACIÊNCIA!!!

15.2.08

reconhece a queda
e não desanima
levanta, sacode a poeira
dá a volta por cima!

o maravilhoso início da pequena menina ostra

ela abriu os olhos, sentiu que o mundo podia ser diferente. deu-se o início e foi fulminante. descobriu que podia falar o que quisesse. inventou um sotaque próprio. elaborou um dialeto. desabrochou pra vida. reinventou o sexo. deu-se e comeu todos que teve tesão. sem pudores, sem temores. nada mais bastava. liberdade era seu mundo. experimentou enxofre. lambuzou na lama. rasgou a seda. desvirtuou pro mundo. enfim, criou e avoou.

13.2.08

Baila Comigo

Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio
Viver pelado, pintado de verde num eterno domingo
Ser um bicho preguiça e espantar turista
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol

Se Deus quiser um dia acabo voando
Tão banal, assim como um pardal, meio de contrabando
Desviar de estilingue, deixar que me xinguem
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, banho de sol

Baila comigo, como se baila na tribo
Baila comigo, lá no meu esconderijo

Se Deus quiser um dia eu viro semente
E quando a chuva molhar o jardim, ah, eu fico contente
E na primavera vou brotar na terra
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol

Se Deus quiser um dia eu morro bem velha
Na hora "H" quando a bomba estourar quero ver da janela
E entrar no pacote de camarote

* Rita Lee

11.2.08

é assim, não é? tudo muda um pouco e inúmeras vezes. semana passada eu batia no peito me dizendo forte. hoje eu peço arrego. não sei se foram as palavras tão lindas que o bruno me disse ao telefone. sei que mexeu comigo, mexeu mesmo. ele se colocou a disposição pro que der e vier. disse que foi o jammil que o orientou a ligar. que perceberam que eu estou um tantinho perdida, tateando meus passos. na busca de um caminho. juntou com a tpm e com o caos todo de uma noite mal dormida. bomba, pegou em meu estômago. passei o dia pensando sobre a fortaleza e a necessidade de admitir que sou de carne e nervos. eu sofro, eu sinto. não sou de ferro e tampouco calmaria. sou tempestade e cuspo trovoadas na amplitude. plexo deslexo dos meus dias. vago sozinha na escuridão. tão só e tal e coisa que nem percebo que as ruas passeiam por mim. sem vitrines e sem chafariz. sozinha, atada, dobrada, perdida. foi-se o tempo que eu sabia de alguma coisa. hoje é tudo desolo, na maré que vai brava. alta noite, madrugada. sorriso escondido pelos meus dedos. eu sou só e essa certeza me basta. a minha amplidão me consola.

ah, a modernidade tinha que ter um limite...

11/02/2008 - 11h33
Polaroid anuncia fim da fabricação de filmes instantâneos

Da Ansa

A Polaroid, empresa norte-americana dedicada a fabricação e distribuição de câmeras e filmes fotográficos instantâneos, anunciou o fim da foto instantânea.

A empresa, que deixou de fabricar máquinas fotográficas para o público cerca de um ano atrás, anunciou no último sábado (9) o fechamento de estabelecimentos nos Estados Unidos e México onde eram produzidos os filmes.

A empresa nasceu em 1937. Nessa época produzia lentes polarizadas para uso cientifico e militar.

A primeira máquina Polaroid que tirava fotos instantâneas foi lançada no mercado em 1948.

7.2.08

quem disse que no grajaú não tem samba?








tem samba sim, samba de bamba... ou bamba que samba!

dá de tudo um pouco no carnaval de são luiz do paraitinga...

1.2.08

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Ginga pra dar e vender


retificando: eu vou é botar meu bloco na rua...