14.6.08

como a luz que transforma tom e cor. transbordou em mim e iluminou. turbilhão, fervilhação. já é dia e em meu peito brotam flores da primavera. reverberam suas palavras em meu ouvido. clara, leve, flutuante, límpida. redescobrindo em mim sensações já amainadas e um tanto escondidas. é tudo seu, nosso, meu. o quarto que expande junto com nosso gozo. tão real e sublime. tanto esperado e cultivado. meus dias ganharam cheiro de amêndoa. meu sorriso faz sentido e vai certeiro na sua direção. era você eu nem sabia... aliás, quem saberia disso tudo? quem diria? foi tudo tão de repente. surpreendente, envolvente. e agora fico aqui contando os minutos. querendo mais alguns segundos. essa querência que me inebria. espasmos perdidos no tempo e espaço. caso de acaso. eu, você, respiração. só sei que meus pés não tocam mais o chão. simples como asa de borboleta. amarelada com sol raiando. é assim, toda imensidão em mim.

6.6.08

é como se eu já não sentisse mais nada. parece que parou o tempo e desfolharam todas as árvores que me abrandavam. outono em mim. primavera em meu ventre. sangue quente, quase fervilhante. aquele constante arrepio na espinha. meus gestos vagos. o dia que já vem noite clareando. ou clareou tudo e eu nem percebi. sempre há noite em mim. dois pesos e muitas medidas. o rumo dos meus anseios. aprumo, aconchego. carinho gostoso do seu abraço. respira, alucina. noturna e sóbria. lavada de qualquer limite. perdida em pensamentos eliptícos. é como se tivessem acionado todo o mecanismo. querência constante nem sempre consentida. e eu conto as horas e nada muda. mas já se transformou tudo depois daquele momento. não há medidas pro que quero viver, ao seu lado, sempre. é tudo tão tão, que é quase um devaneio. sonhos de amplidão. porque quando encostei minha boca no seu dente, tudo tomou forma e cor e luz. foi assim tão simples e perene que até a chuva desabou. desabando junto o mundo em mim. sou toda devastação. sou toda a peste de outros tempos. sou sua perdição.

1.6.08

repensar os meus dias. um passo e um ponto. fechar a porta. abrir novo caminho. estender a mão pedindo paciência e consolo. entorno de dias frios e madrugada tangente. dormir até os olhos abrirem. mudar a roupa. lavar a alma. respirar o cheiro da loucura que não cessa. é, está na hora. novos rumos e nenhum olhar. de repente, tudo se alumiou. foi o tempo do tempo sem sol. ventania, utopia. como se fosse eu e nada mais importasse. só eu e meus anseios. é, assim, recomeçar tudo de novo!