6.6.08

é como se eu já não sentisse mais nada. parece que parou o tempo e desfolharam todas as árvores que me abrandavam. outono em mim. primavera em meu ventre. sangue quente, quase fervilhante. aquele constante arrepio na espinha. meus gestos vagos. o dia que já vem noite clareando. ou clareou tudo e eu nem percebi. sempre há noite em mim. dois pesos e muitas medidas. o rumo dos meus anseios. aprumo, aconchego. carinho gostoso do seu abraço. respira, alucina. noturna e sóbria. lavada de qualquer limite. perdida em pensamentos eliptícos. é como se tivessem acionado todo o mecanismo. querência constante nem sempre consentida. e eu conto as horas e nada muda. mas já se transformou tudo depois daquele momento. não há medidas pro que quero viver, ao seu lado, sempre. é tudo tão tão, que é quase um devaneio. sonhos de amplidão. porque quando encostei minha boca no seu dente, tudo tomou forma e cor e luz. foi assim tão simples e perene que até a chuva desabou. desabando junto o mundo em mim. sou toda devastação. sou toda a peste de outros tempos. sou sua perdição.

5 Comments:

Juliana Torquato said...

eeee camis
saudadezona de postar aqui!
obrigada por ser a primeira a deixar um comentário no meu blog!
estou feliz pois voltei a ser o que era! talvez com ainda mais ira!
bjs!

Anônimo said...

Sentimentos de todas as estações....

Passando pra deixar meu beijo.
Lu
PAPIROS DE ALEXANDRIA
http://papiros.zip.net

Salve Jorge said...

Mas sente
Que de repente
Outono
Ou novo tom
Faz primavera
Deveras quente
Mesmo na noite
O que junta
Desfaz as perguntas
E chaquoalha as certezas
Põe-se à mesa
Numa bandeja
Nesse devaneio
Que nasce em meio
À crueza
Que vossa alteza
Buscar veio...

Carmim said...

Há muito que não vinha aqui, estava com saudades!

Um beijo.

Anônimo said...

bo.ni.ta
=*