26.3.07

é tudo tão louco, não é? não basta o cheiro da pinga e o gosto de cola na garganta. quero mais e mais. até aquele gosto de anfetamina misturado com anilina. dei um passo e estava no mesmo lugar. dois pra frente e mudou tudo. foi a coca cola que lavou o estômago e estupefou a superfície. úmida e latenjante. tocou o telefone e o dia alumiou. imaginei seu olhar naquele aparelho público. pilhas de cartões e palavras cortadas na metade. foi o tempo que nos preservou. foi você e toda sua magnética estrutura. explicando cada peça reciclada da escultura. não te disse que mesmo sem conhecê-lo, já o admirava. na verdade, não te disse nada. apenas escutei. com vontade e com malícia. fingi que o relógio parou e que só tinha a gente. sofá com coberta e brigadeiro. você esquentou meu pé e nada mais fez sentido. foi seu sotaque amineirado que me deixou desnorteada. fico aqui contando as horas pra te colocar no meu lençol. uma semana demora mais de mais de muito. chega a durar um mês em meu pensamento. mas o telefone é insisitente e deixa tudo mais tranquilo. até arrumei lugares pra que exponha as obras por aqui. só assim, pra você ficar bem muito. pra sempre ou por enquanto. já falei com aquela tia. quero ver os vestidos da prima. contar que achei os atores. contar dos dias e dos momentos. faltou você naquela estréia. mas depois, eu soube que ficou bem triste por não estar comigo. não te contei que estava em todo momento. no meu peito e pensamento. valeu as poucas horas. cafuné com dengo e com preguiça. flor amarela na despedida. eu te quero pra aqui e pra agora.

1 Comment:

Juliana Marchioretto said...

e pra sempre....

lindíssimo!

bjo