18.3.08

Indo um pouco mais além, não que o papo tenha sido assim, mas bem que poderia...

Clarice Lispector
Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou a minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. "O amar os outros" é tão vasto que inclui até o perdão para mim mesma com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto.

Alice Ruiz
que importa o sentido
se tudo vibra?

Clarice Lispector
Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia.
Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.

Alice Ruiz
já estou daquele jeito
que não tem mais concerto
ou levo você pra cama
ou desperto

Camiles
Não sou de metades...
Sou plena, cheia, inteira, redonda...
Sou elevada ao cubo!

Alice Ruiz
já não temo os fantasmas
invoco a todos
que venham em bando
povoar meus dias
atormentar minhas noites

entre tantos
loucos e livres
existe um
que é doce
e que me falta

Clarice Lispector
O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

Camiles
essa mania de querer
ainda vai me deixa louca
quero tudo, sua pele,
seu beijo, sua boca.

3 Comments:

Anônimo said...

TRISTE PÁSSARO

Triste pássaro
Vi em teu olhar
Na hora do adeus
Enquanto o táxi
Singra as ruas da cidade
Eu mergulho na visão de antigos casarões.
Triste andorinha
Vi em tua face
A pálida estampa
Da hora do adeus
Enquanto o táxi
Fere a noite da cidade
Busco em vão teu riso em solitários corações.

Este poema não diz da minha dor
Nem a medida da minha solidão
Era pra ser um poema de amor
Ficou somente um triste poema
Senti-me então um pássaro sem asa
Eu não sou mais um pássaro voador
Enquanto o táxi deixava a nossa casa
Em direção à solidão sem cor.

Minha ave sem pena
Vejo estampado em teu rosto
Na hora do adeus
Uma tristeza sem par
Enquanto o táxi
Nas esquias onde passa
Busca a paz e não há mais em nós
Ave pequena
Meu tonto sabiá
Na hora do adeus
Vi nosso ninho voar
Enquanto o táxi
Driblava placas na cidade
Silenciando de vez a nossa voz

Um beijo
Naeno

Salve Jorge said...

Eu vi
Três mulheres num bar
Uma fiava
Outra tecia
A última tudo desfazia
Infante, moça e velha
Todas mulheres
Com seus provérbios
Seus cansaços
E algo a ensinar
E das três partes
Eu preferia a junção criadora...

Ruberto Palazo said...

INtensidade
Loucura
Efervecencia
Tesão
Nostalgia...

Só falta mesmo um bom vinho para regar tal papo maravilhoso......

beijooooooooo!!