21.2.07

Iyalode - Damas da Sociedade

Recomendação: assistam!
É uma das últimas oportunidades de vê-lo sem ser aqui em casa...
Um dos trabalho que fiz que mais gosto.


Matéria publicada hoje, 21/02/07, jornal O Tempo - Belo Horizonte

Filme mostra candomblé em SP
JULIA GUIMARÃES / ESPECIAL PARA O TEMPO

A história da chegada e evolução do candomblé na cidade de São Paulo está retratada no documentário "Iyalode – Damas da Sociedade", que será exibido pela primeira vez na TV Cultura amanhã, às 23h40.

Dirigido pela jornalista e cineasta Maria Emília Coelho e pelo cientista social José Pedro da Silva Neto, o filme relata a vida de algumas das mães-de-santo mais antigas de São Paulo, que, no final dos anos 1950, trouxeram o candomblé para a capital.

Além do resgate histórico, outro recorte temático presente no documentário se relaciona ao papel da mulher na religião. O assunto é abordado a partir da participação de quatro mães-de-santo emblemáticas na cidade: Mãe Pulquéria, Mãe Juju, Mãe Ada e Mãe Sessu.

De dentro do terreiro, os documentaristas mostram a rotina dessas mulheres e gravam depoimentos sobre como a escolha do candomblé determinou e transformou suas relações familiares e sociais.

"A mãe-de-santo representa uma figura muito importante no candomblé. É o ser guardião das pessoas, o conselheiro, e acredito que essas características são muito comuns também ao universo feminino", sugere Maria Emilia Coelho, diretora do trabalho.

A fim de promover um diálogo entre as mães-de-santo, os documentaristas realizaram um inédito encontro entre as quatro, que ocorreu na praia de Juqueí. "O mar possui toda uma representação, tanto para o Candomblé em si mas também em referência à África, já que a religião veio de lá através do mar", revela.

Durante o encontro, algumas mães-de-santo contam que inclusive já estiveram na África, mas curiosamente se decepcionaram com a prática do candomblé adotada por lá.

"Como toda religião afro-brasileira é muito sincrética, não existe um padrão, cada um tem a sua visão, sua forma de tocar o terreiro. Claro que existe uma tradição que é respeitada em todo lugar, mas talvez devido a essas diferenças elas tenham se decepcionado", supõe Maria Emília.

As mães-de-santo também conversaram sobre a dificuldade da religião permanecer diante dos atuais valores da modernidade.

"Elas criticam alguns terreiros que não seguem a tradição de forma correta e contam as dificuldades que enfrentam para manterem a religião, já que ela exige muita dedicação, contato com a natureza, além de certos períodos de reclusão. O grande desafio abordado é sobre como manter a tradição no dia-a-dia de hoje", adianta.

O documentário é dedicado à Mãe Manudê, figura fundamental na história do Candomblé de São Paulo. Ela comandava o Terreiro Santa Bárbara, na Vila Brasilândia, e faleceu em 2004, aos 84 anos.

AGENDA – "Iyalode - Damas da Sociedade", amanhã - 22/02, às 23h40, no programa Doc Brasil, da TV Cultura.

1 Comment:

Anônimo said...

Excelente documentário!!!

Assisti recentemente em um canal de TV por assinatura e achei muito interessante!!!

Sou advogado e candomblecista praticante e acho que as religiões afro-brasileiras devem ser mais difundidas e respeitadas, afinal, são as raízes do povo brasileiro!!!

Att.,

Everton