5.2.07

“A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo do repouso da garça sobre o lago. Seu olhar sobre os objetos não é de gula ou de concupiscência. Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.“
- Affonso Romano de Sant'Anna -

vislumbrei e assimilei. já deitada, sentei num sobressalto. dentro da caraminhola louca do meu cérebro, estiquei todo o fio da história. foi excepcional e doloroso o momento da compreensão. agora tudo ficou mais claro e fácil, no entanto, mais cruel também. é o mesmo motivo que me une e me separa dos meus elos. sou ao mesmo tempo amena e prepotente. básica e exigente. folha por folha, arranco o broto. no talo. conhecendo-me posso traçar estratégias. eu acho que é isso. ao menos esquematizá-las sabendo que não siginificam nada. e significam tudo ao mesmo tempo. é aquilo que me diziam, a ponta dos dedos, se bobear reflete no cotovelo. já detectado o problema posso tentar não sofrer tanto. investigar todos sintomas que levaram a tal diagnóstico. tentar desviar das pedrinhas. alterar o curso do riacho. conter um pouco de toda essa loucura que amortiza e petrifica. sempre é tempo de transmutar a vida.

1 Comment:

thais said...

Camis, muito bom passar por aqui e ler todos esses seus textos tão lindos e bem escritos, me faz sentir tão viva.