26.12.06

Giramundo

É por me perder que vou me encontrando.
Em cada canto meu pedaço.
Em cada esquina, meu passo.
Mas e as idéias? Tudo aquilo estipulado,
marcado, acordado, acertado?
Ficou no passado?
Como pode assim, de dia ser chuva,
de noite ser lua.
No meio, uma tarde de fantasia?
E aquele sorriso tangerina?
E meu súor instigado?
E a vida vivendo?
Todos os meus pensamentos...
Como pode tudo modificar num minuto?
Estava assim, assim...
E agora está tudo de perna pro ar.
Eu já havia decorado todo o texto pra falar,
mas me deixaste sem palavras.
É claro que fiquei envaidecida, confesso.
Posso dizer que ninguém me supreende.
Mas você, me surpreendeu e muito.
Você sabe que eu não gosto de hipocrisias.
Sou pedra, forte.
Tenho a teoria formada,
te contei toda ela.
Não gosto de falsidades.
Mas me comoveste.
Sim, seu jogo de palavras...
Todas elas estudadas e planejadas.
Cada qual com seu motivo de estar ali.
Talvez por isso o mimetismo.
Nosso sincronismo.
Que também eu fiquei pensando.
Naquela noite maluca.
Naquela conversa desconexa na cozinha.
No enrosco do lençol.
Nos dois caracóís.
Na minha cabeça na sua mão.
Cheguei a conclusão
de que mesmo sem bike
eu estou precisando de um tempo de mim.
Para me estruturar,
Pra estruturar a desconstrução.
A desconstrução que me causaste.

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