26.12.06

Os olhos são os mesmos. A mesma boca fecunda e quente. O passo, o abraço, o gesto. Consoante distoante de minha vogal. O tempo que ficou no espaço, que não é mais nosso. Chega como sempre, senta na mesma cadeira, ainda cheira melancia. Algo se perdeu pra sempre. Sempre dentro de suas fumegantes entranhas. O gosto acre impregna a saliva. Suor na testa. Incorfomada. Tudo e tão sempre e não é nada. Refratados momentos plainando. Marca da pele já gasta. Corre vento, voa tempo. Palavras francas entre todo o descompasso. Em algum momento imperceptível, quebrou-se a linha fina que costurava a trama. Teve brilho e estrelas. Imensidão de luz. Plexo solar. Tão forte que quebra. E acende, resplandece e transcende. Tão simples. Assim, natural. Enraizado em nós, não se move. Lutando, nos retiramos. Apaga tudo. Comove o cético. Mas as rosas, as rosas continuam amarelas.

0 Comments: